VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Caciques do Centrão avaliam, nos bastidores, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está "caindo na real" sobre as chances de conseguir ser candidato à Presidência da República nas eleições 2026.
Bolsonaro teria, na visão de lideranças do Centrão, entendido que sua situação eleitoral seria, por ora, irreversível — e que praticamente acabaram as opções para viabiliza-lo como candidato no próximo ano.
Para caciques do Centrão, o principal fator que teria feito Bolsonaro "cair na real" seria a decisão do STF de rejeitar parte da votação da Câmara que suspendeu as investigações contra Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Apesar de não ser deputado, Bolsonaro esperava que uma suspensão da ação pudesse beneficiá-lo, uma vez que, em sua visão, todo o inquérito deveria ser paralisado após a decisão da Câmara.
Entretanto, o próprio STF entendeu que somente parte da ação contra Ramagem seria suspensa. E que em nenhum caso o julgamento sobre outros réus, como é o caso de Bolsonaro, poderia ser parado pela Câmara.
A outra "carta na manga" de Bolsonaro seria o PL da Anistia. Como mostrou a coluna, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já enviou uma versão "light" do texto para Bolsonaro.
O novo texto teria, segundo bolsonaristas, mais chance de ser votado. Contudo, possivelmente não contemplará a possibilidade de Bolsonaro escapar da inelegibilidade por uma condenação no inquérito do golpe.
Fora os demais inquéritos, Bolsonaro já tem a condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela reunião com embaixadores em 2022, na qual atacou as urnas eletrônicas.
A condenação já tornou o ex-presidente inelegível. No entanto, a avaliação de bolsonaristas e de líderes Centrão é a de que, se fosse apenas por esse caso, Bolsonaro conseguiria reverter a inelegibilidade.
Novos candidatos
Caso Bolsonaro admita que não conseguirá ser candidato em 2026, o Centrão já tem um substituto favorito: o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O atual ocupante do Palácio dos Bandeirantes é defendido, nos bastidores, por caciques do Centrão como o melhor nome para enfrentar Lula no vácuo deixado pela ausência de Bolsonaro.
Já entre os bolsonaristas, o nome mais falado tem sido o do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que admitiu em entrevista à revista Veja ser um possível plano B do pai na disputa de 2026.
Eduardo, filho "03" do ex-presidente, tem se destacado pela interlocução com o governo Donald Trump, com o qual tem articulado possíveis sanções contra ministros do STF, em especial Alexandre de Moraes.
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