Porto Velho (RO), 18 de
Dezembro de 2025 - 02:37:14
Foto: Vinci Airports
Viajar para estados vizinhos a partir de Rondônia pode ter um custo significativamente maior do que embarcar para outros países ou regiões distantes do Brasil. É o que revela um levantamento do g1, baseado nos preços das passagens aéreas previstas para março e abril de 2026, períodos escolhidos por fugirem dos picos de preços das férias de dezembro, janeiro e julho.
A pesquisa, realizada com dados da plataforma Google Flights, aponta uma discrepância acentuada nos valores. Para voar de Porto Velho (RO) a Boa Vista (RR), uma distância de aproximadamente 1,5 mil quilômetros, o passageiro pode desembolsar R$ 7 mil ou mais. Enquanto isso, uma viagem para Nova Iorque, nos Estados Unidos, com uma distância mais de três vezes maior (cerca de 5 mil km), pode ser encontrada por cerca de R$ 3 mil.
A distorção não se limita a Roraima. O trajeto entre Porto Velho e Macapá (AP), de 1,8 mil km, pode custar mais de R$ 3 mil. Com o mesmo valor ou menos, é possível viajar para Buenos Aires, na Argentina (3 mil km), por R$ 2,6 mil, ou para Santiago, no Chile (3,5 mil km), também por R$ 2,6 mil.
O levantamento também mostra que viajar para outras regiões do Brasil pode ser mais econômico do que circular dentro do Norte. Destinos turísticos no Sul, como Porto Alegre (RS), têm passagens saindo de Porto Velho por uma média de R$ 1,7 mil, e Florianópolis (SC), por cerca de R$ 2,1 mil.
Os dados ilustram um paradoxo comum em rotas aéreas regionais no Brasil: em certos casos, quanto mais curta a distância geográfica, mais alto pode ser o custo da passagem. Especialistas em aviação civil costumam apontar fatores como menor concorrência entre companhias aéreas em rotas regionais, menor capacidade dos aviões utilizados e alta demanda por voos essenciais em regiões com poucas alternativas de transporte terrestre eficiente como explicações para esse fenômeno.
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Natália Figueiredo - Portal SGC
