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A suspensão pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dos atos do governo federal e do Congresso Nacional sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tem efeito imediato nos investimentos e tributos pagos pelos brasileiros.
Para o cidadão, a suspensão de todos os atos significa um alívio temporário no bolso, com alíquotas menores sobre as operações de câmbio, de empréstimos para empresas e da previdência privada do tipo Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).
Na prática, a decisão de Moraes mantém a anulação do aumento do imposto. O Congresso derrubou o decreto do Executivo em 25 de junho. O ministro do STF marcou uma audiência de conciliação entre poderes para o dia 15 de julho, às 15h.
Entenda os efeitos da derrubada sobre o seu bolso:
1. Viagem ao exterior
Como estava no decreto do governo:
Como voltou a ficar com a derrubada do decreto e a suspensão do STF:
2. Crédito para empresas
Como estava no decreto do governo:
Como voltou a ficar com a derrubada do decreto e a suspensão do STF:
3. Previdência VGBL
Como estava no decreto do governo:
Como voltou a ficar com a derrubada do decreto e a suspensão do STF:
Alíquota zero para aportes mensais de qualquer valor.
Entenda a disputa entre Congresso e governo
Na terça-feira, 1º, o governo Lula acionou o STF para tentar manter em vigor os decretos que aumentaram o IOF. Os decretos foram derrubados pelo Congresso na semana passada, em uma derrota do presidente, que contava com o aumento no IOF para cobrir o rombo nas contas públicas.
Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União, afirmou que o Congresso Nacional não poderia ter sustado, "de modo algum", o decreto presidencial que altera regras de cobrança do IOF. "Considerando que a Ação Declaratória de Constitucionalidade visa exatamente preservar a integridade, a higidez do ato praticado pelo chefe do Poder Executivo, a conclusão lógica é que este decreto continuaria válido. Portanto, ele não poderia ter sido, de modo algum, suspenso por ato do Congresso Nacional", disse.
Na quarta-feira, 2, Lula defendeu a decisão do governo de recorrer ao STF. "Se eu não entrar com recurso no Judiciário, eu não governo mais o País", afirmou o presidente, que classificou a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar a votação do tema sem acordo prévio como "absurda". "Se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o País. Esse é o problema. Cada macaco no seu galho. Ele legisla, e eu governo", repetiu.
Motta, no entanto, negou que tenha traído o governo e classificou como "fake" a avaliação de que o Palácio do Planalto teria sido surpreendido com a inclusão e a votação da proposta de derrubada dos decretos na Câmara. "Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento", disse ele
Entidades empresariais, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Confederação Nacional do Comércio (CNC) pediram ao Supremo para manter a decisão do Congresso. O pedido foi protocolado na mesma ação apresentada pelo governo Lula.
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