Quatro eixos
Teve a melhor repercussão em todo o país a reunião promovida pelo Comando de Fronteira Rondônia/6º Batalhão de Infantaria de Selva com líderes indígenas e representantes da Funai com a finalidade de fortalecer a cooperação entre as Forças Armadas e as comunidades indígenas, abordando temas como saúde, educação, infraestrutura e segurança. São quatro eixos essenciais para o futuro da Amazônia e, por extensão, do Brasil. Não é preciso desfilar dados para mostrar que o Norte do país vive desde muito antes da pandemia um grande desafio nos mais variados aspectos da saúde humana e que a educação só não é um caso de calamidade pública pela abnegação de professores que compensam as deficiências com dedicação.
No mais, avançar na infraestrutura é essencial para superar o atraso do país e toda pesquisa que se fizer em território nacional sobre quais são os problemas que mais preocupam a população vai mostrar que a insegurança estará sempre em primeiro plano. É desejável que essa reunião venha se tornar um exemplo e um detonador de ações, mostrando que a união de propósitos precisa superar os malefícios causados pela polarização eleitoral, em que a escolha democrática é avacalhada pela arrogância e partidarismo de quem vence e pela acusação sem provas de parte dos vencidos de que a eleição foi fraudada. Não se vai a lugar nenhum com tais infantilidades. Elas só causam mais atraso e pioram os problemas.
Audiências públicas
Depois de 40 anos da pavimentação da rodovia Marechal Rondon, a nossa BR 364, caso não seja suspensa, o governo lança licitação da concessão da sua restauração parcial, neste 27, sob protestos de entidades e liderança políticas pelo formato adotado. O CREA, por exemplo, lembra que nem foram realizadas audiências públicas para discutir o projeto e os valores do pedagiamento que vão tornar mais caros os preços dos transportes dos alimentos. Algumas lideranças falam em barrar a licitação até que tudo seja devidamente esclarecido. As empreiteiras é que estão animadas com generosa licitação
Enfrentando entraves
Com entraves no Congresso Nacional, desde as décadas passadas, alguns distritos que já tinham realizado plebiscito e comprovado perante o IBGE indicativos demográficos e econômicos em condições para se emancipar, perderam o entusiasmo pela luta pela autonomia. São os casos de Extrema (Porto Velho) e Tarilandia (Jaru), com processos paralisados há quase 30 anos. De lá para cá, outros distritos cresceram muito, e já teriam condições de se emancipação, casos de União Bandeirantes (o maior de todos atualmente em Rondônia) e Jacy-Paraná, ambos pertencentes a Porto Velho.
O sonho da autonomia
Tantas localidades rondonienses sonham com a autonomia, mas ainda estão distantes de tornar condição em realidade. Em Porto Velho, Vista Alegre do Abunã, Fortaleza do Abunã, Nova Califórnia, Rio Pardo e Calama; em Candeias, a localidade de Triunfo, na região de Ariquemes, 5 BEC, Bom Futuro, na Zona da Mata, Migrantinopolis, e no Cone Sul pelo menos outras duas localidades. Rondônia conta com 52 municípios e se todas as localidades conseguirem se emancipar, teria pelo menos 60. O mais distante é em Porto Velho, pois Nova Califórnia fica a quase 350 quilômetros da sede.
Carlos Sperança