Porto Velho (RO), 20 de
Julho de 2025 - 12:26:47
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O episódio mais recente do podcast Põe na Bancada, intitulado "Sem Floresta, Sem Futuro", reuniu os representantes dos principais órgãos de fiscalização ambiental da Amazônia Legal para discutir os ataques, estigmas e contradições que cercam o trabalho de quem luta para manter a floresta em pé.
O programa, apresentado por Roberto Sobrinho, contou com a participação de César Guimarães, superintendente do IBAMA em Rondônia; Samuel dos Santos Nienow, coordenador regional do ICMBio; e Cae Moura, gerente do Censipam.
"Muitas vezes, somos acusados de perseguir pequenos produtores, mas a verdade é que nossa atuação é voltada para grandes crimes ambientais que afetam todo o ecossistema e a sociedade", afirmou Guimarães durante a conversa.
Fiscalização em tempos de negacionismo
Em um estado marcado pelo avanço do agronegócio e por uma maioria política de viés negacionista, os órgãos ambientais enfrentam resistência até mesmo para obter recursos. A rejeição de um projeto na Assembleia Legislativa que destinava verbas para monitoramento ambiental pela SEDAM foi citada como exemplo dessa política de terra arrasada.
"A floresta não é apenas paisagem. Ela é estrutura de sobrevivência, de regulação climática, de produção de água e ar", reforçou Samuel Nienow.
O episódio abordou ainda a relação entre desmatamento, queimadas e eventos extremos como a seca histórica do Rio Madeira. Os participantes explicaram o impacto direto da destruição ambiental na vida da população urbana e rural.
Uma escolha de caminho: conservar ou devastar
Em um dos momentos mais simbólicos, o apresentador compartilhou o caso de Pedro, um pioneiro de Jaru, que chegou à região com uma motosserra nas costas — símbolo da política colonizadora da época — e ouviu recentemente do próprio filho:
"Pai, graças ao seu esforço eu cheguei até aqui. Mas se eu seguir a mesma lógica, meus filhos não terão futuro."
A reflexão conduzida pelo podcast leva o ouvinte a pensar sobre como seria Rondônia — e o mundo — sem IBAMA, ICMBio e Censipam. A resposta, segundo os entrevistados, seria devastadora: rios contaminados, clima em colapso, populações vulneráveis desassistidas e mercados internacionais fechando as portas para os produtos brasileiros.
A mensagem final: preservar é garantir o direito de produzir no futuro
"Não há contradição entre produzir e preservar. O verdadeiro inimigo do pequeno produtor é o desmatador ilegal, que desvaloriza o produto de quem cumpre as regras", disse Cae Moura, ao comentar as investigações internacionais sobre produtos brasileiros oriundos de áreas devastadas.
O podcast defende que é preciso reconhecer e valorizar os profissionais que estão na linha de frente da proteção ambiental — não como inimigos do progresso, mas como garantidores da própria possibilidade de desenvolvimento sustentável.
Ouça agora o episódio completo em: [YouTube/ Instagram/facebook/ RedeTV /TV Cultura]
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